DESERTIFICAÇÃO
Áreas em destaque: as mais claras já são desertos,as mais escuras apresentam maior risco de desertificação
Desertificação: Causas e consequências do mau
uso do solo (Luiz Carlos Parejo)
A
desertificação é definida como um processo de destruição do potencial produtivo
da terra por meio da pressão exercida pelas atividades humanas sobre
ecossistemas frágeis, cuja capacidade de regeneração é baixa.
A ONU
classifica de desertificação apenas os danos nas áreas de ocorrência
localizadas nas regiões de clima semiárido, árido e subúmido seco. Esse
processo provoca três tipos de impactos: ambientais, sociais e econômicos.
O problema
da desertificação passou a despertar o interesse da comunidade científica há 80
anos, contudo somente nos últimos dez anos passou a ser destacado como um sério
problema ambiental, devido ao seu impacto social e econômico, uma vez que o
processo ocorre de forma mais acentuada em áreas correspondentes aos países
subdesenvolvidos. Além disso, a perda de solo agricultável vem aumentando
significativamente, agravando ainda mais a situação das economias desses
países.
É importante
ressaltar, porém, que o processo de desertificação ganhou relevância a partir
de um intenso processo de degradação do solo que ocorreu nos estados americanos
de Oklahoma, Kansas, Novo México e Colorado. Tal processo levava essas áreas a
uma perda progressiva das condições de agricultura e à desagregação do solo.
Nessas áreas ocorre o clima semiárido, portanto os cientistas passam a
classificar o problema como desertificação.
•
Semiárido
Desde então
os cientistas vêm acompanhando esse fenômeno nas áreas onde ocorre o clima
semiárido em todo o mundo, principalmente naquelas que apresentam secas
periódicas, pois essas áreas se tornam suscetíveis ao processo de
desertificação pelas próprias características físicas dos seus solos, que são
rasos, ácidos ou salgados, com pouca vegetação.
Na década de
70, no Sahel, sul do Saara, na África, ocorreu uma grande
seca, que aliada à fragilização do solo, tornou inviável a agricultura, matando
de fome meio milhão de pessoas. Após essa catástrofe foi realizada em Nairóbi,
no Quênia, a Conferência
Internacional das Nações Unidas para o Combate à Desertificação.
Nessa
conferência criou-se um programa de ação internacional visando implementar
ações para combater o processo de desertificação no mundo. Foi elaborado o
Plano de Ação de Combate à Desertificação - PACD, com objetivos de âmbito mundial.
No entanto, já se realizaram avaliações do plano e concluiu-se que seus
resultados foram bastante modestos. Muitos países não se comprometeram com o
PACD e nada efetivamente fizeram para frear o processo em seus territórios.
•
Agenda 21
A situação
agravou-se, principalmente, nos países subdesenvolvidos, e o debate continuou
no meio científico e na ONU durante toda a década de 1980. Em 1992, na ECO-92,
realizada no Rio de Janeiro, consolidou-se por fim um documento, a chamada
Agenda 21, que, em seu capítulo 12, trata do fenômeno da desertificação como
sendo "a degradação da terra nas regiões áridas, semiáridas e subúmidas
secas, resultantes de vários fatores, entre eles, a variação climática e as
atividades humanas". Por degradação da terra, entende-se a degradação dos
solos, dos recursos hídricos, da vegetação e a redução da qualidade de vida das
populações afetadas.
•
Causas da desertificação
De maneira geral, como causas da
desertificação podem ser apontadas:
·
Sobreuso ou uso inapropriado da terra
(monoculturas comerciais como a cana-de-açúcar, soja, trigo, no Brasil);
·
Desmatamento;
·
Utilização de técnicas agropecuárias
impróprias;
·
Exploração descontrolada de ecossistemas
frágeis;
·
Queimadas;
·
Mineração;
·
Uso excessivo de agrotóxicos;
·
Poluição;
·
Secas;
Além dos
fatores citados, causados pelo homem, há o fenômeno climático chamado de El
Niño, que colabora para o agravamento do processo de desertificação.
Sobrecarrega áreas semiáridas com longas secas e posteriormente causa
inundações com chuvas intensas. Esse fator, porém, é controverso, pois muitos
cientistas acreditam que a desertificação acaba por interferir nas mudanças
climáticas, como o regime de chuvas.
Atualmente
vários países apresentam sinais de desertificação em seus territórios como o
EUA, o sul do continente africano, Austrália e Brasil, por exemplo.
Consequências da desertificação
•
Redução das áreas cultivadas;
•
Diminuição da produtividade agropecuária das
áreas afetadas;
•
Redução dos recursos hídricos;
•
Aumento da poluição hídrica;
•
Aumento das cheias;
•
Aumento de areia nas áreas afetadas;
•
Destruição da fauna e da flora;
• Essas situações relacionam-se à questão
ambiental, contudo devemos lembrar que existem também os impactos de ordem
social e econômica das áreas afetadas, como:
•
Migração descontrolada para as áreas urbanas;
•
Desagregação familiar devido ao êxodo;
•
Crescimento da pobreza;
• Aumento das doenças devido à falta de água
potável e subnutrição;
•
Perda do potencial agrícola;
•
Perdas de receita econômica.
Contudo, é
preciso ressaltar que o processo de desertificação pode ser controlado,
evitado, e até mesmo revertido, desde que haja o envolvimento dos governos,
oferecendo auxílio técnico para o manejo dessas áreas e incentivando a
preservação ambiental, de maneira que não ocorra uma sobrecarga de problemas
nas áreas de risco. Nos locais onde o processo de desertificação já se instalou
são necessários investimentos para sua contenção; porém, o custo é da ordem de
bilhões de dólares.
Fonte : UOL Educação
ARENIZAÇÃO
- O que é
a arenização?
Arenização, ou formação de bancos de areia, é
o processo de retirada de cobertura vegetal em solos arenosos, em regiões de
clima úmido, com regime de chuvas constantes, como o sudoeste do Rio Grande do
Sul (veja abaixo o processo que desencadeia o problema). Esse
fenômeno não deve ser confundido com a desertificação, que ocorre em clima
árido, semiárido e semiúmido e assemelha-se a uma seca prolongada e intensa.
Relevo
A arenização tem estreita relação com a geologia local e ocorre, necessariamente, em terrenos com desníveis, com partes altas e baixas.
Chuvas e vento
Temporais e ventos fortes retiram restos de vegetação e sedimentos do solo das áreas mais altas, depositando-os nas partes baixas do terreno.
Ação humana
O desmatamento e o uso inadequado do solo potencializam o depósito de sedimentos, dificultando o crescimento de nova vegetação na área.
Consequência Sem novas plantas, o terreno empobrece. Sua arenosidade natural é reforçada pelo acúmulo de sedimentos, o que forma os bancos de areia.
Fonte : Nova Escola gente que educa
Relevo
A arenização tem estreita relação com a geologia local e ocorre, necessariamente, em terrenos com desníveis, com partes altas e baixas.
Chuvas e vento
Temporais e ventos fortes retiram restos de vegetação e sedimentos do solo das áreas mais altas, depositando-os nas partes baixas do terreno.
Ação humana
O desmatamento e o uso inadequado do solo potencializam o depósito de sedimentos, dificultando o crescimento de nova vegetação na área.
Consequência Sem novas plantas, o terreno empobrece. Sua arenosidade natural é reforçada pelo acúmulo de sedimentos, o que forma os bancos de areia.
Fonte : Nova Escola gente que educa
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